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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Eu sou...

Quem sou? Antes de tudo eu sou Amy. Sempre começo assim porquê acho que assim surgem menos preconceitos. Eu sou Amy não só porque assim minha mãe quis quando nasci nem porque reivindico o título. Além de ser presa às construções sociais que relacionam o gênero feminina e o sexo biológico com o nome Amy, eu sou. Sou Amy só porque sim. Será que as pessoas querem mais? Algo assim como uma apresentação formal tipo: Sou Amy. Sou de Wisconsin. Gosto de comer doces e rir e gosto dos animais. Sou vegetáriana, feminista, e talvez hippie. Estudo Letras (que realmente existe somente como uma tradução do meu título que faz minha vida entendível para o mundo fora dos EUA porque o que realmente faço é Espanhol). Ah, foi etnocêntrica por minha parte dizer que sou de Wisconsin, como se fosse algo que o mundo inteiro deveria saber? Sou dos Estados Unidos. Sou da américa do norte, sou americana. Sou do Ocidente...do mundo. Sou, sou, sou. Já têm uma ideia de quém sou? O meu jeito de escrever indicou algo? Já tenho categoria e rotulo?

Agora gostaria de dizer uma coisa concreta sobre mim. As razões porquê decidi vir ao Brasil porque acho que diz mais de quém sou do que uma apresentação formal. Então, o Brasil realmente nunca foi um destino almejado, desejado com paixão por anos e anos. Para mim, num primeiro instante, vim para o Brasil só para aprender a lingua, para satisfazer o meu desejo egoísta de poder me comunicar melhor com a comunidade que mora na região geográfica que me deixou apaixonada, a zona considerada como "América Latina". Queria poder assistir filmes, escutar música e debates, ler literatura--basicamente fazer todas as coisas eruditas associadas com a academia que sem a entrada importante (o conhecimento do Português tanto cotidiando como clássico) não seria possível. Somente depois veio a paixão pela língua portuguesa, pelo sotaque nordestino, pelas pessoas, pela "cultura", pela vida adaptada ao estilo e ritmo espicífico que oferece Salvador. Com certeza não sou a primera pessoa a dizer isso, nem serei a última. Tenho amigas que já o fizeram. É provável que elas tenham me influenciada, com as suas histórias e contos de aventuras, música, festa, dificuldades com a língua, tudo o que se escuta contar quando as pessoas viajam. Mas, falar é diferente de experiumentar. Então, quando voltar vou ter uma historia similar à que me contaram tantas outras pessoas, mas não será igual. O Brasil para mim, agora, nesse instante é isso. Vou aprender a língua, além das razões "intelectuais", porque não tem outro jeito. Moro aqui, como aqui, rio aqui, estou aqui.

Vou dedicar o meu espaço aqui no blog as minhas observações e experências no cotidiano que vou vivendo aqui em Salvador. Embora essa coleção de opinões e comentários tem uma conexão forte com a política, o que são baseadas principalmente na minha nacionalidade. Porém, ao longo desse blog, gostaria de esquecer das fronteiras, só por um momento, um espaço virtual, e repetir que "estrangeiro é o bairro em que moramos, estrangeira é a mulher que encoxamos no elevador, extrangeiros são nossos pais, nossos filhos" porque ao final "não há nada a fazer a não ser descobrir esse estrangeiro que há na gente"(Lessa). O conto “Somos todos extrangeiros” por Ivan Lessa foi, por casualidade ou coincidência ou possivelmente destino, o primeiro conto que li em português, pouco depois de chegar ao Brasil. Com isso dito, só falta começar. Vamos lá gente.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

choque na cozinha...

É um fato bem conhecido que brasileiros falam muito e falam a verdade. As vezes, isto é uma boa mudança da minha cultura, que é um pouco mais fechada. Mas, de vez em quando, coisas são ditas que só depois eu acho que eu teria preferido que tivesse ficado dentro da boca do orador.

Nos EUA, é considerado mala educação falar sobre o peso de uma pessoa. E fica pior ainda dizer na frente da pessoa o que você acha do estado da barriga dela. Antes que cheguei no Brasil, achava essa tendência de negar a verdade e de afirmar só as coisas que você acha a outra pessoa quer ouvir uma coisa péssima. Se eu adquiresse um pouco peso, quereria saber! Não me diga que sou magra quando na verdade estou aproximando gordinha!

Aqui no Brasil coisas são completamente differente. Quando você se aproximar gordinha, pessoas vai lhe chamar gorda! E eu achava essa uma boa coisa. Se você estiver no meio de pessoas que só vão te dizer que você parece bem magra, como você vai achar a verdade? De onde vai vir a verdade? Quando suas calças sejam tão apertadas que fica impossível escolher quais vão usar na escola para que não fique sem sangue nas pernas?

Achava essa tendência de falar uma boa coisa até que eu me achei o alvo de uma dessas ataques de verdade.

Era um dia sem importância, o tipo de dia que não ficaria na memôria sem aquele acontecimento. Infelizmente, não fui dado a oportunidade para esquecer.

Cheguei em casa depois de um dia cheio de coisas sem importância. Passei um par de horas numa casa de LAN. Parei no supermercado para comprar chocolate. Seria o aniversário de minha amiga o próxima dia. Comprei uma barra de chocolate para ela e para mim também. (A taxa de câmbio entre o dolar e o real era ao nível mais alto do ano. Estava celebrando.)

Com compras na mão, cheguei em casa. A hora da telenovela das oito horas estava chegando e eu tinha voltado à casa para jantar durante o intervalo das notícias. Deixei minhas compras no meu quarto e entrei na cozinha para pedir comida de nossa empregada, Graça. Graça e Val, a amiga dela, estavam na cozinha, assitindo as notícas na tevê. Acabei de fechar a porta e cumprimentar as duas quando Val deixou cair o commentârio pesado: "Lisa, você é gorda!"

Eu parei, boca meia aberta, como se soubesse que iria ser soprendida. Na verdade, foi no meio de pedir jantar. Mudei para "se acha?" e "cadê os copos para água?"

Que sacanagem foi isto?! (Na verdade, nào sei direitinho o que é sacanagem. Mas, sem dúvida, isto foi sacanagem!) Sim, talvez tivesse adicionado um pouco peso nas últimas semanas. Mas gorda? Talvez seja um pouco "gordinha". Com certeza não sou gorda sem "inha"!

Voltei para meu quarto, copo de água na mão. Joguei minha mão na saquinha que trouxe do supermercado e tirei a barra de chocolate que acabei de me comprar. Mirava ao filho de Val (ele gosta de usar meu computador quando ele nos visita) e diz: "Te darei essa barra com uma condição: só me deixa ter um pedaço. (Gorda acaba agora!) Mais e tudo vai no lixeiro!" Cheio de dúvidas, ele aceitou. Acho que foi a primeira vez que ele experimentou o chocolate de Toblerone.

Tive que repensar meus sentimentos sobre brasileiros e o seu jeito de falar a verdade. Assitindo minha barra de chocolate desaparecer na boca do outro, gostei ainda? Era difícil dizer. E ainda fica difícil. Não eu me mudaria se eu não pensasse que estou me virando gorda. E não pensaria assim se Val não tivesse me falado. E foi a verdade, tinha ganho mais que um pouco de peso. Mas deu uma golpe aos meus sentimentos. Acho que ainda eles estão ferido (e querendo chocolate).

Não seria uma choque cultural se não lhe deixasse um pouco "chocado". Pense comigo como "chocada". E o filho de Val como um pouco mais "chocolado".

Até mais!

Lisa

uma introdução

Eaí, beleza? Meu nome é Lisa Rae Neigut. Sou uma vira-lata europea-americana que cresceu nos EUA. Ou seja, sou Texana. Embora não saiba como andar de cavalo nem como cantar músicas "cowbois". Não sou dona de chapéu de "dez galons". Eu sou estudante na Universidade do Texas em Austin. Estudo sistemas de informações e Português e Espanhol. Nunca vou formar. Falo espanhol, português, e inglês. Quero aprender alemão e francês. Gosta de fazer bolos para aniversários e ler livros espanhóis na areia do Porto da Barra. Gosto mais ainda quando os vendedores de chapéus de palha e de cangas me cumprimentam em sepanhol, ou seja, portunhol!

Minha chegada no Brasil a prmieira vez foi uma tentativa de escapar dos EUA por três meses. Na verdade iria a qualquer país onde havia estagios pela verão. O Brasil foi o único país na América do Sul com um estágio de duração de três meses. Não sabia nenhuma palavra do Português nem uma coisinha sobre o país, aliás decidi que poderia aprender. Então fui. (Você sabia que Brasil não tem nachos mexicanos nem molho mexicano? Eu não suspeitava!) Embora não estivesse nem nachos nem molho mexicano, adorei meu tempo no Brasil, mas eu fiquei decepcionada pela proficiência do meu Português. E um ano depois, aqui estou de novo.

Nesse blog, pretendo descrever minhas experiências dentro da cultura baiana. Minha esperança é que outros estrangeiros puderam se identificar com minhas experiências. Espero que vocês, meu prezado audiência, se aproveitem minhas pensamentos e que aprendem de meus passos errados.

Até logo...

Lisa

Minha Apresentação



Olá pessoal:

O meu nome é Aichlee e eu tenho um grande prazer de participar desse blog com minhas colegas da aula de português. Eu tenho 21 anos e estou no meu quarto ano da faculdade na Universidade de Pennsylvania nos Estados Unidos. O meu curso é Letras e meus estudos se concentram particularmente na literatura da língua inglesa. Eu pretendo ser escritora depois de me formar. Embora meus estudos aqui na UCSAL e na UFBA não tenham muito a ver com meu curso lá na Filadélfia, eu estou vendo meus seis meses em Salvador como uma oportunidade de aprender fora da sala da aula tradicional.

Na verdade, essa é minha segunda vez aqui no Brasil. Eu passei um mês em Salvador dois anos atrás (eu estava visitando uma amiga que morava aqui) e fiquei tão interessada pela cultura que eu peguei logo uma aula de português quando eu voltei para os Estados Unidos. Querendo praticar a língua e também matar as saudades do Brasil, eu aluguei cada DVD de filmes brasileiros que estava disponível na biblioteca, até eu ver todos. Teve uma vez também que eu quase virava viciada em MPB (música popular brasileira) que eu não conseguia ficar bem sem ouvir pelo menos um som de Gilberto Gil ou Jorge Ben por dia. Eu toquei os CDs que eu tinha de Ilê Aiyê e Gerônimo tantas vezes que hoje não funcionam. Depois de um ano eu já estava morrendo de vontade de voltar para cá. Como eu nem tinha dinheiro nem tempo livre para viajar (que estou com pressa de me formar) eu decidi candidatar-me a um programa de intercâmbio e foi assim que eu entrei no CIEE Salvador.

Embora essa atmosfera acadêmica esteja bem mais tranqüila, eu não estou aqui só para curtir as férias. Além de vir para me familiarizar mais com a língua e a cultura literária, eu vim para pesquisar para minha tese em poesia, que é sobre turismo e a mulher baiana no imaginário estrangeiro. Eu não sei ainda de onde veio essa idéia mas acho que é bem interessante. Que bom que o tema do blog é a vida estrangeira no Brasil. O que eu gostaria de abordar nos textos do blog é o seguinte: As vantagens e desvantagens da camuflagem da minha nacionalidade; A economia da praia e as pessoas que trabalham lá; A idéia de ser bem-vestido, discriminação contra classe social e a aparência turística; e finalmente quero comparar a imagem do Brasil nos filmes contra o Brasil na vida real. Eu estou bem entusiasmada de pensar mais nesses assuntos e espero que vocês leitores sejam bem-vindos a responder aos meus textos.

Até mais,
Aichlee