Viaje comigo por um momento. Imagine que estámos no meio do deserto num país estranho, sem água, sem comida. Só temos uma montanha de côcos ao nosso lado, mas faltamos uma facão para os abrir. Nem temos rochas. Estámos perdidos numa mar de areia, suando na sombra da nossa montanha de côcos e morrendo de sede. Há um pouco de trafico que passa, vendedores andando para a próxima cidade, uns carros com janelas escuras. Talvez um deles tenha uma faquinha? Mas como vamos perguntar? Eles falam uma língua diferente. Talvez a pessoa que pidamos vá robar nossos côcos e nos deixa numa condição pior da que comecamos.
As vezes, tenho a mesma sentimento aqui em Salvador. Terei dinheiro para gastar, mas faltarei a habilidade de o gastar. Como assim?, posso ouvir vocês pensando.
Simplesmente é o seguinte. Você sai da sua casa com cento e dois reais. Você gasta dois reais para pegar o ónibus para ir à faculdade. Suas aulas acabam, e você tem que voltar para casa. Você espere para o ónibus no ponto. Depois de uma meia-hora, você vê seu ónibus chegando. Joga uma mão, e o ónibus para. Até aqui, tudo está dando certo. Sobe as escadas, e você... você já devem saber o que vai acontecer. O rapaz vai dizer que ele não pode fazer troca para cem reais. O que você estava pensando, amigo? Você vai ter que desecer as escadas e pegar um taxí. Talvez ele tiver troca.
Talvez minha história seja um pouco fantástica, mas a verdade é que troca faz uma questão importante na vida de um estrangeiro em Salvador. O problem é que você não pode pagar para o ónibus com um cartão de crédito e que as máquinas de dinheiro nos bancos gostam de te dar cédulas enormes. Minha vida seria ótima se as máquinas banqueiras me desse cem reais em cédulas de dez reais. Cédulas de cinco seria melhor ainda.
As vezes, e particularmente no ónibus, tem que ter troca, mais ou menos, exata. Peguei um ónibus, voltando da Garibaldi pra Barra, que ao início, negou aceitar meu cédula de dez reais. Simplesmente, o rapaz da caixa não tinha troca. Que incrédulo, né? Convenci-lhe que ele pegasse troca antes que chegassémos no meu ponto, mas assisti, dúvida crescendo dentro do meu coração, como estudante depois de estudante com um cartão de mágico entrou no ónibus sem pagar. Houver uma mulher com dez reais no ponto depois que tentou entrar no ónibus também. Ela foi negada, e mandada para esperar e rezar que o próximo tivesse troca.
Desenvolvi umas estrategens para guardar minha troca e cédulas pequenas. Nas restaurantes, sempre uso a maior cédula que tenho. Eles sempre têm troca, e se não fazem pelos outros clientes. Num restaurante, alguém sempre tem. Quando uso as máquinas banqueiras, pido um número estratégico. R$222, R$188, R$334. (Nunca, nunca use números que são divisíble por R$100 e R$50!) Se você está comprando uma coisinha (seja chiclete ou uma maçã) num supermercado com $R50 e o caixa pergunta se você tem algo menor, a resposta é (senão caso de depressa) não. Talvez você tenha que esperar uma meia-hora e a fila atrás de você vá reclamar, mas sua troca aparecerá. Não desista!
É nos casos como no ónibus quando me sinto a maior saudades para a simpliciadade da vida nos EUA. Lá, saio de casa com meu cartão de crédito, sem pensar em troca ou cédulas. Posso pagar para tudo com ele. Nada é maior ou menor demais para ele. O hambuguer de McDonalds? US$0.96 no meu cartão. O novo vestido para o casamento da minha irmã? US$400 no meu cartão. Ô Visa, te adoro! (Mas acho que as vezes minha vida é mais semelhante às propagandas do Mastercard.)
até mais meus prezados leitores,
lisa
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Um comentário:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
adorei esse texto. muito engraçado.
ps.: tem maquininha de cartão nos ônibus lá? :P
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